sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A CRISE DA ESPIRITUALIDADE NO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL BRASILEIRO.


                                                          
Carlos Eduardo Stracci *

Stanley Barbosa da Rocha*

Waldemar Augusto Neves Junior*

 

 Resumo

Este artigo tem por objetivo mostrar as distorções que tem proliferado no meio evangélico chamado de Neopentecostalismo. O despreparo e a insipiência bíblica de seus líderes ocasionam o esvaziamento da prédica nos púlpitos, com isso o movimento neopentecostal cresce exportando doutrinas e hermenêuticas estranhas à Bíblia e à tradição cristã. Com sua limitada visão do Reino de Deus, aliada a um crescente judaização do cristianismo, vende-se a ideia da prosperidade, saúde e realizações pessoais, baseadas em revelações e profecias de forma que se prioriza a busca pelo prazer humano, por uma horizontalização das conquistas terrenas. Nossa pesquisa pretende analisar tais crenças e mostrar que em alguns casos, a tênue linha entre o sagrado e o profano já foram ultrapassadas. Diante deste quadro, devemos refletir acerca de qual atitude tomar.

 

Palavras-chave: Neopentecostalismo, ressignificações teológicas, IURD.

 

Introdução 

 

Quando assistimos nas televisões e ouvimos nas rádios de todo Brasil as religiões propagando um cristianismo distante de Cristo, o que podemos esperar?

Usando a Bíblia como referência, podemos comparar tais igrejas com a Igreja de Laodicéia citada no livro de Apocalipse que se preocupava com as conquistas financeiras e materiais; diferente da Igreja de Filadélfia que buscava os frutos do espírito.

A Igreja de Laodicéia nos faz lembrar muitas igrejas neopentecostais dos dias atuais, ou talvez, as igrejas neopentecostais dos dias atuais nos faça lembrar da Igreja de Laodicéia. São igrejas que erguem grandes templos, lindas colunas, pisos de mármore, púlpitos de ouro, mas mesmo em toda sua pompa e riqueza são mundanas, populares e egocêntricas. Investem em marketing modernizando o evangelho para atrair multidões, manipulando quem busca a Cristo. Criam campanhas cobradas (pagas), inserem rituais e simbologias que contradizem ao pregarem contra a idolatria. Com este investimento maciço levantam recursos para seu bel-prazer; o dinheiro do dízimo é revertido para o conforto pessoal como na aquisição de carros zero, mansões, etc. Prega-se, ao invés da prosperidade do evangelho, o “evangelho da prosperidade”, e com isso a igreja física torna-se rica, mas, no entanto, pobre diante dos olhos de Deus. Pouco se investe em missões, evangelizações e assistência social, não pregam santidade nem o compromisso com a palavra Deus, somente propagam o compromisso com o próprio estatuto da entidade.

Tornaram-se uma igreja morna onde o “joio” é amigo do “trigo”, onde o homem não tem valor pelo seu caráter e disposição para a obra, mas sim pelos bens materiais que possui. Homens, pregadores e cantores que se proclamam “de deus”, mas não aprenderam o que significa “negar-se a si mesmo”. Cobram cachê para ensinarem o que não lhes pertencem e o que de graça receberam. Igreja que não serve, mas quer ser servida pelos céus, por pura vaidade. Esta igreja está misturada com o mundo e a sua referência é a riqueza material. Por isso é criticada pelo dono da Igreja. É a igreja que produz “virgens imprudentes” - desvia os olhos de seus membros para as coisas terrenas; se ocupam e se distraem com as coisas do mundo. Esta igreja, que se achava rica e forte, foi criticada por seu orgulho e autossuficiência. Exaltou-se, ao invés de se humilhar diante do Senhor dos senhores.

A igreja de Laodicéia, ou a igreja que vende ilusões, acaba se tornando um “Tanque de Betesda” Jo 5, 1-15. No tanque de Betesda os enfermos se reuniam para esperar o movimento das águas que um anjo, vez em quando, as moviam. Quem descesse primeiro às águas quando isso acontecesse era curado de suas enfermidades. Muitos vão à procura de igrejas que promovem curas, libertações, promessas de bênçãos materiais, entretanto, estão ali como se estivessem esperando somente o movimento das águas.

Este artigo vai mostrar os caminhos da igreja para que chegasse aonde chegou; os períodos ou ondas do pentecostalismo brasileiro; as principais denominações e seus líderes, e, suas práticas litúrgicas. Análise que vai do pentecostalismo clássico até o neopentecostalismo atual - o profano no púlpito tomando o lugar daquilo que é sagrado. O abandono da graça, que dá lugar a obras ou práticas religiosas; a judaização do cristianismo, quando práticas ou objetos do Antigo Testamento ganham seus valores místicos. A forte influência da Igreja Universal do Reino de Deus e sua liturgia tão distante da realidade bíblica.

 

1. As ondas do Pentecostalismo no Brasil

Ao se falar no movimento pentecostal brasileiro devemos falar sobre o começo desse movimento nos Estados Unidos, uma vez que nossas igrejas pentecostais tiveram início por lá, ou, de missionários de lá oriundos. O que se sabe do movimento pentecostal americano é que houve várias manifestações de pequena expressão ou de maneira individual, porém com destaque temos o avivamento, em 1895, em Dakota no Norte e o da Carolina do Norte onde 130 pessoas foram batizadas no Espírito Santo; outro em 1901 na cidade de Topeka, estado do Kansas, quando ali ocorreu um seminário – Seminário Bíblico Betel – que alcançou e se alastrou no ano de 1906 para Los Angeles, o famoso avivamento chamado de “Avivamento da Rua Azusa”.

Muitos dizem que a Missão da Rua Azusa é “a mãe do pentecostalismo mundial”; William Seymour era o líder dessa fase inicial e as principais características desse movimento (pentecostal) era o chamado "batismo com o Espírito Santo", considerado um dom do Espirito de Deus conhecido como glossolalia (variedade de línguas), também, curas sobrenaturais, profecias, interpretações de línguas e discernimento de espíritos, dentre outros. Durante o decorrer do tempo o movimento pentecostal foi sofrendo constantes mudanças na medida em que ia interagindo com outros pentecostais e suas diferentes experiências. Essas divisões na história do pentecostalismo, Paul Freston (MARIANO, 2005, p. 28-33) classifica em três fases ou, como ele chama, de “ondas”.


1.1 A Primeira Onda

No Brasil a primeira “onda” acontece entre os períodos de 1910 a aproximadamente 1950. Esse primeiro período é o chamado “período clássico” e as igrejas que se destacam são Assembleia de Deus e Congregação Cristã no Brasil.

Daniel Berg e Gunnar Vingren, de origem sueca, vieram para o Brasil, desceram na cidade de Belém, no Estado do Pará no ano de 1910. Ao chegarem receberam assistência de um pastor Batista, mas logo que começaram a dominar a língua portuguesa, prontamente, colocaram-se a divulgar a mensagem pentecostal. Com a separação entre eles e a Igreja Batista, começam um trabalho chamado Missão de Fé Apostólica, nome mudado para Assembleia de Deus no ano de 1914. Já a CCB foi fundada em 1910 por um italiano oriundo dos Estados Unidos chamado Louis Francescon que já havia sido batizado no Espírito Santo e experimentado a força do “pentecoste” (BLEDSOE, 2002).

 

1.2 Pentecostalismo Pós-Clássico ou Segunda Onda do Pentecostalismo 

São os termos que designam a segunda onda do movimento Pentecostal que surgiu na década de 50, quando chegaram a São Paulo dois missionários, o americano  Harold Williams, e o pastor peruano Jesús Hermirio Vásquez Ramos, ali criaram a Cruzada Nacional de Evangelização com ênfase na cura divina, profecias e no exorcismo, o que o distingue da primeira onda. Iniciaram a evangelização das massas, fazendo uso principalmente do rádio. Fundaram depois a Igreja do Evangelho Quadrangular.

O Brasil para CristoIgreja Pentecostal Deus é AmorIgreja UnidaCasa da Bênção, entre outras, são nomes de destaque nesse período e que se encaixam como sendo da segunda onda (BLEDSOE, 2002).

 

1.3 A Terceira Onda

A terceira onda começa no início dos anos 70 o chamado “movimento Neopentecostal” (neo que dizer novo), por serem mais liberais que os outros momentos vividos pelas outras igrejas. Só de apresentarmos a lista de igrejas que surgiram entre 1977 e 1998 você consegue perceber a diferença dos movimentos: Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça, Comunidade Paz e Vida, Igreja Renascer em Cristo, Sara Nossa Terra, Igreja Mundial do Poder de Deus, e, mais atualmente, a Igreja Plenitude. De maneira geral, todos esses fazem um forte uso da mídia eletrônica, fazendo bastante o uso do marketing. Esse movimento está em plena atividade e continua crescendo (BLEDSOE, 2002).

No Brasil esse movimento chama a atenção devido ao seu crescimento e influência, hoje, representam quase metade dos grupos pentecostais, sendo o Brasil o país com o maior número de grupos pentecostais do mundo.

Uma das razões de seu crescimento é o fato de ser um movimento que influencia e envolve várias denominações independentes que comungam dessa ideologia teológica, ou seja, o movimento não é uma denominação com estrutura e líder, mas sim um meio de se cultuar. Isso torna até difícil de definir o movimento sendo que diariamente surgem novos grupos distintos, além de parecer que o movimento apenas adota coisas que dão certo, e tem-se a impressão que vivem apenas uma religião sem Deus, com liberdade de crença e doutrina.

O Neopentecostalismo está bem distante do pentecostalismo clássico, embora este tenha sido contaminado por aquele. Mas os berços paradigmáticos de um e de outro são os mesmos. Sua ênfase teológica não é mais cristológica e sim pneumatológica. (MARIANO, 2005, p.55).

 

Foi ano de 1975 que Edir Macedo, R.R. Soares Roberto, Augusto Lopes e os irmãos Samuel e Fidélis Coutinho fundaram a Igreja Cruzada do Caminho Eterno. Dois anos depois Macedo e seu cunhado Soares se separam e fundam a Igreja Universal do Reino de Deus, mas, também, por discordâncias, R.R. Soares em 1980 fundou sua própria igreja, a Internacional da Graça de Deus.

Tanto Edir Macedo quanto Soares eram e haviam saídos da Igreja Nova Vida, fundada pelo canadense Robert McAlister, que já apresentava características bem diferentes das igrejas pentecostais (MARIANO, 2005, p. 55). Perceba que no Brasil a linha que separa as igrejas da chamada segunda onda, conhecidas hoje como pentecostais e as da terceira é muito imperceptível. Podemos dizer que a terceira onda começa a se firmar na cidade do Rio de Janeiro que nos anos 70 se encontrava economicamente decadente. O novo pentecostalismo, também denominado “pentecostalismo autônomo” (CAMPOS, 1999, p. 18) por alguns estudiosos, encontrou solo fértil nessa cultura urbana influenciada pela televisão.

O movimento caminha fazendo uso inteligente dos meios de comunicação de massa, para “nacionalizar” o neopentecostalismo dos Estados Unidos, afinal, se dava certo lá, daria mais certo por aqui.

Como dito antes a Igreja Nova Vida de onde saíra o bispo Macedo e o missionário Soares foi um grande celeiro, pois vários nomes do meio neopentecostal brasileiro saíram de lá, foi de fato um “estágio” para esses futuros líderes. A Igreja Nova Vida foi fundada em 1960, por um canadense chamado Robert McAlister que havia servido à Assembleia de Deus. A Nova Vida investiu muito na mídia e foi a primeira igreja pentecostal a adotar o episcopado no Brasil. A Igreja ensinava o que de mais forte se vê hoje no meio neopentecostal: batalha espiritual e prosperidade.  Quando se diz que a Igreja Vida Nova foi um celeiro pode-se acreditar, pois ali nasceram: a IURD – Igreja Universal do Reino de Deus fundada por Edir Macedo, a Igreja Internacional da Graça de Deus fundada por Romildo R. Soares, e a Igreja Cristo Vive fundada por Miguel Ângelo (ROMEIRO, 2005, p. 50).

Não há nada homogêneo e pelo que se vê também não há interesse nesse meio que algo desse tipo aconteça, ao contrário disso o que se vê é a forte tendência em diversificar e continuar cada um no seu território. Na verdade, o neopentecostalismo é uma nova forma do pentecostal na qual deixou-se de lado a ênfase de se falar em línguas, os dogmas, a segunda vinda do senhor Jesus e até mesmo na salvação eterna, dando lugar ao curandeirismo, exorcismo, batalha espiritual e a prosperidade. É através da fé que o crente tem direito a saúde e sucesso quebrando as barreiras que o diabo quer colocar na vida das pessoas. Por isso, no Brasil, o espiritismo e as religiões afro-brasileiras acabam se tornando os principais inimigos.

As principais igrejas neopentecostais são:

A Igreja Universal Do Reino De Deus - Em 1975 Edir Macedo e já seu cunhado, R.R. Soares juntamente com Roberto Augusto Lopes, e os irmãos Coutinho fundaram a igreja Cruzada do Caminho Eterno, no entanto algumas desavenças fizeram com que Macedo e Soares saíssem e formassem no ano de 1977, o que seria a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Nenhuma igreja neopentecostal tem a grandeza de influência e se destaca tanto como a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), possivelmente a atual responsável em enviar missionários a partir de uma nação do Terceiro Mundo. Há de se destacar que não há IURD sem bispo Macedo, uma das figuras mais polêmicas da história da religião no Brasil.

A igreja é reconhecida como uma igreja urbana com alta concentração no eixo Rio-São Paulo. Por muitas vezes se intitula como “pronto-socorro” espiritual para os que procuram por um milagre. Em salões alugados ou próprios, em centros de grandes bairros ou em suas catedrais nos centros das grandes cidades, são ministradas de 3 a 5 reuniões diárias, sete dias por semana, todas no estilo quase que idêntico do líder, o bispo Edir Macedo. Verdade é que o sucesso administrativo de Macedo é imitado por outras denominações pentecostais, não pentecostais e até por católicos do meio renovado, chamados carismáticos que combinam o método da benção física, espiritual e financeira, e tudo que está fora do sucesso é atribuído ao diabo.

A Igreja Internacional Da Graça De Deus - Conforme já dito IIGD nasce do mesmo berço que a IURD, começou em 1980, na Rua Lauro Neiva, no Município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Assemelha-se em parte com a IURD, porém não tem o mesmo dinamismo e, esta, não usa de tanta criatividade quanto aquela. Seu líder, R.R. Soares, acredita que o verdadeiro evangelho é manifestado através de milagres, de curas e libertação de demônios.

A Igreja Apostólica Renascer Em Cristo - Fundada em 1985 pelo “apóstolo” Estevam Hernandes e sua esposa, a bispa Sônia Hernandes. “Desde sua origem a igreja voltou sua atenção para os jovens, usando o rock gospel como meio de atraí-los” (DOLGUIE apud ROMEIRO, 2005, p. 56).

A Igreja Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra - Fundada pelos bispos Robson e Maria Lucia Rodovalho, no ano de 1992, em Brasília. Também como as demais igrejas de linha neopentecostal, a CSNT tem como base a Teologia da Prosperidade, dando também grande importância à quebra de maldições hereditárias.

 Igreja Mundial Do Poder De Deus (IMPD) - Fundada em 1998, em Sorocaba, interior de São Paulo, pelo “apóstolo” Valdemiro Santiago, ex-líder da IURD, onde esteve por 18 anos. A denominação afirma que cresceu mais de 200% só no ano de 2007 e hoje afirma possuir mais de 4.500 templos espalhados pelo território nacional. A igreja enfatiza a cura e os milagres, e, assim como as demais do ramo neopentecostal, investe pesado na mídia através do rádio e TV.

A Igreja Nacional Do Senhor Jesus Cristo - A igreja é presidida por Valnice Milhomens, ex-missionária da Convenção Batista Brasileira na África, lugar onde vai obter seus primeiros contatos com os ensinos da ‘confissão positiva’ através da Escola Bíblica Rhema, braço do ministério de Kenneth Hagin (ROMEIRO, 2005, p.59). Valnice é a fundadora do Ministério Palavra da Fé, seguindo os fundamentos e ideias de Hagin, porém já como pastora funda, em 1994, a Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo (ROMEIRO, 2005, p. 61). Valnice prega e ensina que existem batalhas entre o bem e o mal, no mundo espiritual, pelo corpo de pessoas. Ela é, sem dúvida, uma das principais divulgadoras do movimento G-12 (igreja em células) no Brasil, isso porque se tornou discípula do pastor colombiano Cezar Castelano, criador da visão.

Igreja Bola De Neve - Foi no ano 2000 em que Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, o "pastor Rina", fundou a Igreja Evangélica Bola de Neve. Conhecido como o surfista que se tornou pastor, hoje ele é apóstolo. Rinaldo saiu da IARC (Igreja Apostólica Renascer em Cristo), depois de cinco anos de trabalho, e começou essa nova igreja sem formalismos cujo foco é atrair jovens de todas as idades, se despojar de dogmas, usos e costumes. Outra coisa que lhe é peculiar é o uso de todos os ritmos musicais dentro da liturgia do culto.

 Comunidade Cristã Paz E Vida - Rodney, Juanribe, Misael e Hideraldo Pagliarin, quatro irmãos que em 1996 fundaram a igreja Paz e Vida. Esta igreja adota a mesma linha de pregações e cultos das demais igrejas neopentecostais, com muita música, aplausos, sessões de exorcismo, cultos de libertação, prosperidade e cura divina.

Não há como negar que o movimento neopentecostal está vinculado à filosofia ou movimento conhecido como “Confissão Positiva”, com ideias oriundas da “Ciência Cristã”, ou seja, que prega um Deus com uma mente isenta de todo mal, não sendo (Ele) responsável por nada do que acontece em nossa natureza. Para eles “estar com Deus” significa abandonar qualquer tipo de tratamento para apenas nos ligamos ao divino e obtermos saúde e sucesso, somente através dEle. Com isso, “confissão positiva” significa “trazer a existência o que declaramos com nossa boca”, as palavras seriam uma atitude mental positiva responsável por realizar tudo no mundo físico quanto, também, no campo espiritual. Isso se faz com meditação, intuição e hipnose, procurando fazer com que as palavras materializem os pensamentos; se Deus faz tudo através da Palavra, nós como filhos também devemos usar da palavra de fé para alcançarmos nossas necessidades, seja ela uma cura, ou, prosperidade, ou ainda, quebra de uma maldição hereditária, ou simplesmente um trabalho de macumbaria. A ideia é estar livre de qualquer tipo de problema ou aflição, mas, sim, viver o contrário disso.

Willian Kenyon - pastor norte americano da Igreja Batista Nova Aliança,[1] evangelista e escritor e fundador do Movimento Palavra de Fé - se baseia nisso (confissão positiva), para concretizar a ideia da teologia da prosperidade e da saúde perfeita, sendo mais tarde Kenneth Hagin, pastor norte-americano, o nome mais ligado a esse movimento devido a propagação que realizou, tanto que ele é considerado o pai do Movimento de Fé.  R.R. Soares é o principal divulgador do Movimento de Fé (Faith Movement), de Kenneteh Hagin, e seus livros são distribuídos pela Graça Editorial, da Igreja Internacional da Graça de Deus.

 

2.  A força da IURD no cenário Neopentecostal brasileiro: aspectos teológicos e litúrgicos

 

 “Repetitivo, o discurso pregado diariamente pela Universal lida com os mesmos problemas, fornece sempre o mesmo diagnóstico de suas causas e apresenta as mesmas soluções. Para tornar o culto atraente, não enfadonho, algo precisa variar. Variam as formas e a nomenclatura dos rituais ou “correntes” (corrente de Jó, do tapete vermelho, dos 12 apóstolos, do amor, do cheque da abundância, das 91 portas...), assim como o modo de participar deles e o sacrifício (a quantia de dinheiro exigido para o fiel habilitar-se a receber bênçãos. Seu repertório simbólico, além de inusitado nos meios pentecostais que, como o protestantismo reformado, sempre foram avessos ao uso de objetos sagrados (tirante a Bíblia) para não sucumbirem à idolatria, parece ser inesgotável. Indiferente às críticas de outras igrejas evangélicas, a Universal frequentemente distribui aos fiéis objetos benzidos portando poderes mágicos, miraculosos. ” (MARIANO, 1996, p.127-128).

Um grande problema que se nota no meio neopentecostal é uma evidente hermenêutica e teologia própria. As interpretações são individuais, baseadas em emoções ou experiências próprias. Essa prática, segundo Macedo, visa despertar a fé das pessoas. Mas na realidade a verdade é outra, o leigo é influenciado a não quebrar a campanha para não atrair sobre si “males ainda piores” e é envolvido num cerimonial criativo onde o pastor irá consagrar com poder divino alguns objetos para resolver toda espécie de problemas. Por isso, os fieis são estimulados a obterem objetos (rosa, azeite, perfume do amor, saquinho de sal, sal grosso, galho de arruda, aliança, lenço, agua do rio Jordão, xerox da cédula de dinheiro benzida, areia de praia domar da Galiléia, óleo do Monte das Oliveiras, espadas de plástico, cruz, chave, sabonete) que por serem ungidos tornaram-se dotados de qualidades sacrais, poderes terapêuticos e sobrenaturais como explica Mariano.

 

 “Para surtir efeito, porém, os fiéis devem participar das correntes de oração durante determinado período, em geral, sete ou nove dias e, em certos casos, até algumas semanas. A quebra da corrente, ou ausência de algum dos cultos, acarreta o não-recebimento da bênção. A Universal não mede esforços para tirar proveito evangelístico da mentalidade e do simbolismo religiosos brasileiros. Apela deliberadamente para o sincretismo. Para tanto, distribui objetos benzidos, retira “encostos”, desfaz “mau-olhado” e realiza diversos rituais que, ao menos pelo nome, evocam os das religiões inimigas”. (MARIANO, 1996, p.127-128).

 

A visão teológica que a IURD tem desenvolvido no cenário neopentecostal brasileiro fica evidentemente demostrada nas palavras de seu líder “Todas as formas e todos os ramos da teologia são fúteis; não passam de emaranhados de ideias que nada dizem ao inculto, confundem os simples e iludem os sábios. Nada acrescentam à fé e nada fazem pelos homens, a não ser aumentar sua capacidade de discutir e discordar entre si” (MACEDO apud ROMEIRO, 2005, p. 118). O método como a IURD interpreta a bíblia consiste em atualizar as experiências de personagens bíblicos para nossos dias, como se a Bíblia fosse apenas um livro de experiências religiosas, experiências que devem ser revividas, hoje. Na verdade, se alegoriza, mas deixa-se o aspecto histórico de lado. Vamos exemplificar: Se Noé fez uma aliança com Deus, nós também podemos levar nossa necessidade ao Pai e moldar para fazer um acordo que nos caiba. Se Josué derrubou as muralhas de Jericó então podemos rodear sete vezes nossas dificuldades e derrubá-las, ainda que nossa trombeta seja de plástico e a muralha de papelão.

A IURD se distancia do fundamentalismo bíblico ao enfatizar símbolos, ou alegorias em sua liturgia, além do uso excessivo de textos do Antigo Testamento. Veja o nome de algumas campanhas: “fogueira santa de Israel”; “Campanha dos 318 pastores”; “Festa anual da libertação do Egito espiritual” da IURD baseado em Gn 14:14-16; “O ano de Calebe”; Jejum de Gideão”; Campanha das dez bênçãos de Abraão”; Jejum dos salmos de guerra”. Fazem uso de enxofre, óleo ungido, rosa ungida, sal grosso, painéis de foto ungidas, nó em camisas de familiares, copo d’água em cima da TV ou rádio etc. objetos que são ditos como “ungidos”, dando a ideia de objetos dotados de poderes miraculosos, servem para curar, libertar; prosperar, resolver problemas. Deus parece apenas uma força que te dá sorte, e essa sorte se move ao seu favor pela fé, e a fé é demonstrada por práticas, e esse é o objetivo das campanhas, correntes ou pedidos de ofertas e dízimos, fazer com que se pratique a fé.

A Igreja moderna admite as profecias de maldição, mas somente se lembra de ministrar em seus cultos as promessas de benção. É claro que situações negativas são deixadas de lado, como, por exemplo, a tribulação de Jó, ou os sofrimentos de José no Egito. Às vezes, até mesmo textos como Salmo 40 onde Davi diz: “Esperei com paciência pelo Senhor” são alterados de seu sentido, veja o que declara Soares sobre esse texto: “Davi agia assim, pois não era filho de Deus, apenas um servo, nós somos filhos e Deus nosso Pai, não nos deixaria ficar esperando” (SOARES, 1997, p. 27-28). A verdade é que o que era dirigido, antigamente, ao povo hebreu, não é um regulamento para nós nos dias de hoje.

Não somente a IURD, mas boa parte das igrejas Neopentecostais agem de maneira exagerada na questão “prosperidade” e, também, na crença de que toda luta, fracasso ou dificuldades diárias são ataques demoníacos, por isso é proposto o fim do sofrimento com a ajuda divina, e essa ajuda requer um “preço”, um sacrifício; essa entrega, esse dispor é a fé em ação, o que gerará um resultado positivo.

As igrejas usam muito o slogan “pare de sofrer” o que expõe a ideia de uma vida de gozo neste mundo, neste momento, e às vezes enfatiza mais que a própria vida eterna, a ideia é: se somos filhos de Deus, precisamos ter o melhor desta terra.

A verdade que se vê é um investimento do tipo empresarial, só se investe se o retorno for rápido, não se vê uma preocupação com questões como missões, discipulado nem com crescimento espiritual ou doutrina; a preocupação é aumento de patrimônio.  A ideia é sempre a mesma: 1- transmitir a crença de que Deus nunca diz não a seus filhos; 2 - que o sofrimento é sinal de falta de fé, ou pecado; e 3- afirma que pobreza não combina com nossa posição de filhos do Rei, por isso tudo está ligado à oferta, a oferta e o dizimo é a prova de que se creu, é ato de fé. Edir Macedo chega a ter a ousadia de dizer o que escreveu em seu livro “O perfeito sacrifício”, que o dinheiro é o sangue da Igreja, isso por que traz a história das pessoas (seu tempo, suor, inteligência, o esforço de cada um) (MACEDO apud ROMEIRO, 2005, p. 108).

Em um artigo da Folha Universal, Macedo ensina os fiéis a se revoltarem contra coisas ruins. Se uma pessoa não se revoltar contra essa situação ruim, seja ela espiritual, emocional, ou financeira, nunca sairá dela.

R. R. Soares declara que como filhos de Deus devemos “assumir a autoridade de filhos e exigir que sejamos abençoados” ensina que “benção não é esmola” mas sim direito nosso (SOARES, 1997, p. 22; 47-48). Veja o que Soares diz em um de seus artigos: “(...) Prefiro que digam que eu prego o evangelho da prosperidade, pois na verdade, esse é o evangelho que eu propago. (...) O cidadão fala que é de Deus mais fica com o aluguel atrasado, com a barriga vazia... Não creio na miséria. Essa história é conversa de derrotados. São tudo (sic) um bando de fracassados, cujas igrejas são um verdadeiro fracasso. Chega lá. Tem meia dúzia de pessoas para o ouvir...” (SOARES apud ROMEIRO, 2005, p. 112).

Onde entra o arrependimento, a regeneração, santificação, salvação em Cristo? O assunto é sempre vitória, a qualquer preço; o que tem valor é a lei da semeadura, o “é dando que se recebe”, mas o que parece é que os adeptos da teologia da prosperidade esquecem-se da soberania divina.

A verdade é que o que se vê é um culto sem adoração, onde campanhas dão a impressão de que se Deus comparecer é para responder e abençoar, não para ser adorado, mas apenas para atender e servir. Não existe um estudo da palavra de Deus, apenas palavras positivas ditas pelos líderes, palavras do tipo: “você vai vencer”, “Deus vai te fazer prosperar”, “Jesus vai te curar, hoje”. Ao invés da adoração e da entrega de vida, a adoração é considerada apenas quando o “fiel” dá algo para Deus, e é claro que isto diz respeito à oferta.

 

3. O uso de símbolos judaizantes na IURD e suas ressignificações teológicas

 

No que diz respeito às igrejas neopentecostais, é cada vez mais comum a apropriação de símbolos, rituais e trechos da liturgia judaica. Entre eles têm destaque a estrela de David (na bandeira do Estado de Israel ou simplesmente como um ornamento dentro das igrejas), a menorá (candelabro de sete braços), o shofar (chifre de carneiro cujo som tem lugar destacado nas comemorações do Ano Novo Judaico e no Dia da Expiação), o talit (acessório em forma de xale usado pelos judeus ortodoxos), réplicas da Arca da Aliança e passagens escritas em hebraico, tanto nos livros litúrgicos como nas paredes dos prédios dessas igrejas. Em algumas denominações evangélicas é comum que se celebre a Páscoa Judaica e a Festa dos Tabernáculos e a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) organizou em 2007 uma campanha nacional de venda de mezuzot (pequeno rolo de pergaminho, que contém trechos sagrados da Torá, protegido por uma caixinha e pregado nos umbrais das portas de lares e estabelecimentos judaicos). Finalmente, quase todas as igrejas evangélicas organizam viagens a Israel nas quais seus membros e simpatizantes visitam, além dos lugares santos cristãos, os lugares sagrados do judaísmo, como o Monte Sião e o Muro das Lamentações. Paralelamente, apesar de serem menos multitudinárias que as igrejas neopentecostais, as igrejas messiânicas têm se multiplicado nos últimos anos, alcançando uma visibilidade cada vez maior. Sua arquitetura particular, a que se somam os nomes escritos em hebraico na entrada dos templos, como Beit Tsar Israel, Beit Tehsuvá, Ar Tzion e Am Israel, faz com que essas igrejas sejam facilmente confundidas com sinagogas, tanto por judeus como por não-judeus (TOPEL, 2011, p. 37).

No meio neopentecostal o que aparentemente dá certo é imitado por outros líderes, por isso a ideia se alastra e se multiplica. No entanto isto tem levado as pessoas a crenças errôneas sobre o evangelho, então correm atrás de um Deus útil ao invés de um Deus indispensável. Religiões criadas à imagem e semelhança de seu fundador, e não alicerçada na verdade bíblica.  Quem não se lembra da inauguração do chamado “Templo de Salomão”, da Igreja Universal, quando a partir de então os bispos passaram a fazer uso do Tallith (manto/xale usado nas orações matinais) e do Kipá (acessório utilizado acima da cabeça pelos judeus homens). Na verdade, há muitas igrejas querendo viver como judeus adotando práticas descritas no Antigo Testamento, comuns no judaísmo e não no cristianismo.

Isto não é coisa de agora, mas iniciou-se já no período da igreja primitiva por parte de alguns judeus convertidos que ensinavam aos demais, inclusive os que não eram judeus, a guardarem também a lei, pois acreditavam que nela se completava a salvação. Parecia que era difícil para os judeus se desligarem e se entregarem por completo a salvação de Cristo. Paulo reage de maneira enérgica: ele repreende a Pedro, lembrando-o que a justificação não é obra da lei, e, sim, fruto da fé em Cristo Jesus (Gl 2:11-14).

E isso aos olhos do leigo, parece não haver nenhum tipo de problema, mas há. Se tais pastores ou dirigentes se preocupassem mais em pregar a palavra de Deus e conhecê-la, tais absurdos nem passariam perto de nossos templos. Todavia, o desconhecimento e a reengenharia de alguns, aliada ao modismo, têm contaminado nossos púlpitos e tem transformado a liturgia cristã em verdadeiros “vale tudo”.

O evangelho pregado pela IURD e outras igrejas neopentecostais, entendem que as bênçãos de Deus não são frutos de sua maravilhosa graça, mais sim, consequência direta de uma relação do toma-lá-dá-cá. Neste contexto, tudo é feito em nome de Deus e para se conseguir a benção é absolutamente necessário pagar alto! Nesta perspectiva tudo se vende, desde o sal grosso até pequenos frascos contendo água do Rio Jordão. Por favor, reflita sinceramente: Qual a diferença da oferta extorquida do povo sofrido nos dias atuais para venda das indulgências da Idade Média? Qual a diferença dos utensílios vendidos no século XVI, para os que são comercializados em templos da IURD?

Precisamos ter em mente que o sacerdotalismo judaico, a antiga aliança, a tentativa de judaização do cristianismo, a venda de indulgências, ficaram no passado, foram rejeitadas pela igreja primitiva e outras, pela Reforma do século XVI.

Cabe lembrar, que no contexto do livro de Hebreus, o autor enfatiza e defende uma serie de temas focalizando a superioridade de Cristo. Sua primazia e divindade são motivos para todas as criaturas lhe darem louvor. Sua eficácia do único sacrifício perfeito pelos pecados, “porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (10:4). O único sacrifício capaz de remover pecados é o próprio Cristo, que se ofereceu “uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos” (9:28).  Deus manda que os anjos adorem a Jesus, e apresenta seu Filho de um modo que todos devem admirá-lo. Jesus Cristo é Deus. Esta carta enfatiza a posição de Jesus como nosso Sumo Sacerdote. Nesta capacidade, ele entrou a nosso favor na presença do Pai, onde permanece até hoje. Por meio dele, podemos nos aproximar do trono da graça com a confiança e esperança, sabendo que ele vive para nos ajudar na caminhada para a eternidade. 

O autor escreve para dizer que as práticas judaicas da Antiga Aliança não precisam mais ser seguidas pelos cristãos.

 

Considerações finais

Desta maneira, entendemos que a terceira onda do pentecostalismo no Brasil, iniciada nos anos 70 e conhecida como Neopentecostalismo, trata-se de um sincretismo de ressignificações teológicas entre protestantismo, pentecostalismo, catolicismo romano e religiões afro-brasileiras (inclui-se aqui kardecismo e o Umbandismo), produzindo assim o pluralismo religioso.

Sua ótica potencializada num marketing agressivo, com fortes investimentos na mídia (programas na televisão, rádios e etc) avançam com êxito em todas as camadas sociais, atraindo-as pelas propostas de mudanças de uma vida de sofrimentos, dívidas, vícios, doenças etc. Além do fato de que, sua propaganda massiva de uma Teologia da Prosperidade, baseada numa barganha do “toma lá dá cá” com Deus, tem atraído a muitos, com uma proposta de um retorno fácil e garantido, principalmente porque vivemos numa época e num país de endividados. Por esta razão, o neopentecostalismo se mantém e atrai os fiéis oriundos de diversos campos religiosos (católicos, evangélicos, espíritas etc).

Apesar do sincretismo apresentado pela IURD e de outras igrejas neopentecostais, os mesmos se denominam evangélicos, ou protestantes, e de modo estratégico, não explicitam as rupturas que criam em relação aos sistemas do qual se originaram, quando na verdade já promoveram diversas ressignificações de seus sistemas simbólicos. Motivo estes que tem desagradado os grupos com os quais interagem, motivando assim um relacionamento conflituoso, sejam entre os pentecostais, sejam as religiões de matriz africana.

Tratando particularmente da Igreja Universal do Reino de Deus, as influências judaizantes fazem parte do discurso que põe a divindade para trabalhar em favor dos homens; acreditando no poder das palavras; e convicto que tudo depende da fé e, sendo assim, já não é mais Deus, mas a fé que faz a diferença. Numa sociedade voltada para o consumo e preocupada quanto ao futuro, não é difícil que o “Pare de sofrer” da IURD encontre espaço. É bom salientar que o “Pare de sofrer” não deve ser visto apenas como um mero discurso. Para uma grande maioria a frase de efeito traduz-se em libertação de vícios, na construção de uma nova identidade, na determinação de lutar para melhorar o status social e numa série de outros benefícios enfatizados nos testemunhos dos participantes. O sucesso da IURD depende basicamente de dois fatores: a disposição do fiel para seguir crendo que um dia alcançará as bênçãos e a capacidade da igreja de continuar produzindo um sentido e atrair novos membros. A impressão que se tem é que os líderes da Igreja Universal são conscientes disso, daí, usarem todos os recursos possíveis para manter sua força de atração. Tudo é feito conforme foi ensinado pelo seu líder maior.

Nosso artigo não teve a intenção de esgotar as distorções produzidas pelo neopentecostalismo praticado no Brasil, mas mostrar que esse movimento religioso está baseado no culto ao indivíduo, que se alinha com os interesses hedonistas da sociedade moderna capitalista, que busca no espiritual a solução para suas crises materiais e emocionais. O que se encaixa muito bem na cultura, e hábitos da sociedade brasileira e encontrou nela um campo fértil para essa nova religiosidade.

 

Referências bibliográficas

           

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ELIADE, Mircea.  O sagrado e o profano: a essência das religiões. Rogerio Fernandes. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 191.

MARIANO, Ricardo. Igreja Universal do Reino de Deus: A magia institucionalizada. Revista USP, São Paulo, v 31, p. 127-128, set/nov 1996. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/26006/27737> acesso em 15 mar. 2016

 MARIANO, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São Paulo: Loyola, 1999. 246

ORO, Ari Pedro. O Neopentecostalismo “Macumbeiro”. REVISTA USP, São Paulo, n° 68, p. 319-332, dez/fev., 2005/2006.

PADILHA, Adilmar Luis Martins. A carência e a falência dos púlpitos no movimento evangélico brasileiro: uma visão panorâmica.  Dissertação de mestrado Escola Superior de Teologia, São Leopoldo, 2010.

ROMEIRO, Paulo. Decepcionados com a graça: esperanças e frustações no Brasil neopentecostal, São Paulo: Mundo Cristão,2005

TOPEL, Marta Francisca, Revista Brasileira de História das Religiões (ANPUH), ano IV, n. 10, p. 37, mai. 2011. Disponível em:


 

 

 

 

 

 

 




* Graduandos em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo, matrículas: 224.661; 173.758; 134.999. Trabalho de Conclusão de Curso com vistas à obtenção de grau de Bacharel em Teologia, sob a orientação do Profa. Dra. Luana Martins Golin.

Um comentário:

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